Aracaju / SE - segunda-feira, 29 de abril de 2024

Infecção urinária

 

 

Infecção urinária. Saiba mais.

Infecção urinária. Saiba mais.

O que é infecção1 urinária?

É quando há proliferação bacteriana dentro do trato urinário, ou seja, bactéria2 dentro do sistema urinário3 contaminando a urina4. A urina4 normalmente é estéril.


Quais são os sintomas5 de infecção1 urinária?

  • Dor para urinar (disúria6)
  • Aumento da frequência urinária (polaciúria)
  • Urgência para urinar
  • Odor fétido na urina4
  • Ardência para urinar
  • Sangue7 na urina4 (hematúria8)
  • Necessidade de acordar a noite para urinar (nictúria9)
  • Dor na região mais baixa do abdome, próximo à bexiga10 (dor supra-púbica)
  • Urina4 turva

Nos casos de pielonefrite11, em que os rins12 estão acometidos pela infecção1, pode haver febre13 acima de 38° C, calafrios e dor lombar.


Quais são as causas?

A causa é a proliferação de bactéria2 dentro do trato urinário.


Cistite14 é a mesma coisa que infecção1 urinária?

Cistite14 é uma inflamação15 na bexiga10, que pode ser bacteriana ou não. Quando é uma cistite14 bacteriana, é o mesmo que infecção1 urinária baixa.

As cistites não bacterianas também podem acontecer como, por exemplo, a cistite14 intersticial ou cistite14 actínica que vem após uma radioterapia16.


Por que fala-se em infecção1 urinária baixa ou alta?

Uma bactéria2 que entra no canal da urina4, vai à bexiga10, prolifera-se dentro da bexiga10, causando uma cistite14 bacteriana (ou infecção1 urinária baixa). Mas ela também pode subir retrogradamente pelo ureter17 (canal que drena a urina4 do rim18 até a bexiga10) até o rim18, causando uma pielonefrite11 ou infecção1 urinária alta.

A cistite14 bacteriana é de fácil tratamento. Em geral são usados 3 dias de antibiótico por via oral. Quando acomete os rins12, ou seja, uma pielonefrite11, é um processo geralmente mais longo e mais grave, necessitando de mais tempo de tratamento, muitas vezes por via endovenosa.


Quem tem mais probabilidade de ter infecção1 urinária?

A infecção1 urinária pode acometer qualquer pessoa, desde crianças até idosos.

  • As mulheres são o principal grupo acometido por esta patologia. Os fatores anatômicos explicam esta facilidade de contaminação. A mulher tem a uretra19 mais curta que o homem. Isto faz com que uma bactéria2 chegue fácil à bexiga10. A proximidade da uretra19 com a vagina e com o ânus, locais onde existem bactérias, também aumenta este risco.
  • Homens idosos são mais acometidos do que os homens mais jovens. O crescimento da próstata20 pode causar um esvaziamento incompleto da bexiga10 e um fluxo urinário ruim, o que facilita que a bactéria2 suba até a bexiga10.
  • Crianças que nascem com alguma anomalia congênita.


Como é feito o diagnóstico21?

O diagnóstico21 é simples. Uma vez apresentando os sintomas5 de uma infecção1 urinária, a pessoa deve procurar um médico para que seja tratada o mais rápido possível.

Os dados clínicos e o exame físico são esclarecedores. O exame de urina22 confirma a proliferação bacteriana. Pela urocultura, pode-se verificar qual a bactéria2 que está causando a infecção1 e qual a resposta dela aos antibióticos usados no tratamento.

Em situações mais graves, por exemplo nos casos de pielonefrite11, pode ser necessária a solicitação de outros exames complementares como a ecografia abdominal total, urografia23 excretora, cintilografias renais, tomografia computadorizada abdominal total, dentre outros.


Vida sexual ativa facilita o aparecimento de infecção1 urinária?

A infecção1 urinária não é uma doença sexualmente transmissível. Ou seja, os parceiros sexuais não passam infecção1 urinária um para o outro.

No entanto, a vida sexual pode facilitar o aparecimento de infecção1 urinária em algumas mulheres que tem:

  • Vida sexual promíscua, ou seja, vários parceiros sexuais
  • Atividade sexual muito ativa (muitas relações em um curto espaço de tempo)

E também naquelas que usam espermicidas, cremes ou lubrificantes que podem alterar o ph vaginal.


É muito importante fazer um exame de urina22 para diferenciar se há ou não a presença de bactéria2 em casos de sintomas5 de infecção1 urinária, pois pode ser que a relação sexual cause apenas uma irritação no canal da urina4 pelo atrito do pênis com a vagina.


É comum uma pessoa que já teve infecção1 urinária apresentar um novo episódio?

Aproximadamente 20-25% das pessoas que apresentam uma infecção1 urinária têm recorrência do quadro no mesmo ano ou no ano seguinte.

O termo “cistite recorrente” é usado quando uma pessoa apresenta três ou mais episódios em um mesmo ano. A infecção1 urinária é muito comum. Se acontecer duas vezes em um ano, não é "cistite recorrente".


Qual é o tratamento?

O único tratamento é com antibióticos, que não devem ser usados sem o conhecimento de um médico (urologista24, nefrologista25, clínico geral, ginecologista, pediatra).

A auto-medicação pode agravar o quadro mascarando os sintomas5, dificultando o diagnóstico21 e facilitando o agravamento do quadro.

O uso incorreto de antibióticos seleciona bactérias resistentes e, no dia que a pessoa realmente precisar do antibiótico, ele pode não agir adequadamente.


O que pode acontecer com uma infecção1 urinária mal tratada ou não tratada?

Uma infecção1 simples pode causar uma pielonefrite11, que acomete os rins12, quadro que pode trazer riscos e complicações, podendo levar a uma situação grave.

Sempre é bom procurar um médico diante dos sintomas5 de uma infecção1 urinária.


O que fazer para parar de ter infecção1 urinária?

Os estudos realizados mostram que o que causa infecção1 são alterações intrínsecas. Algumas mulheres, principalmente aquelas com infecções urinárias recorrentes, podem ter nas células que revestem o canal da urina4 e a vagina receptores em que as bactérias se ligam de maneira mais firme e, com isso, na hora que a pessoa urina4 a bactéria2 não é eliminada.

Então a maior ingestão de líquidos, principalmente água, pode facilitar a eliminação desta bactéria2, pois o jato urinário vai ser maior, o que ajuda a eliminar estas bactérias aderidas.


Outros fatores que podem ajudar a evitar uma infecção1 urinária são:

  • Evitar a utilização de produtos intra-vaginais (cremes, lubrificantes, espermicidas) que podem alterar o ph vaginal
  • A ejaculação intravaginal muito frequente pode alterar o ph vaginal e afetar a flora vaginal facilitando a infecção1 urinária. O sêmen é básico, podendo alterar o ph vaginal

Não há provas científicas, mas são recomendados:

  • A higiene após defecação ou após urinar deve ser feita de frente para trás
  • Não fazer jatos de limpeza com chuveirinho, pois muda a flora e o ph vaginais
  • Esvazie a bexiga10 após o ato sexual
  • Tratar a constipação26 intestinal, quando necessário.

Fontes:
Projeto Diretrizes
National Institutes of Health